terça-feira, julho 15, 2008

O destino dos Heróis

No dia que a NBC anuncia novos episódios onlines da série, escrevo um pouco sobre ela...

Heroes é daquelas séries que nos trazem pessoas iguais a todos nós, em desejos, sonhos e aspirações, mas que são dotadas de um talento especial. Heroes traz-nos questões como o medo de se tornar objeto público e rato de laboratório como no caso de Dark Angel, ou de se tornar vítima de perseguições sociais como X-Men. Heroes tem as típicas sociedades secretas de X-Files e Dark Skies controlando os destinos da humanidade.

É a ficção-científica no seu melhor, aonde a ciência é mesclada com a ficção de uma forma tão aprimorada que chega a ser estonteante. Aliás, raras vezes a ciência se tornou o mote principal de uma ficção, como neste caso. Segundo explica Dr. Suresh, de tempos em tempos, as espécies vão evoluindo e genes vão-se transformando. Neste caso, ao invés de termos uma genética que nos distingue na pigmentação da pele, do cabelo ou na cor do olho, a genética nos permite criarmos ilusões de ótica, voarmos, ultrapassarmos objetos físicos, não nos limitarmos às barreiras do espaço e do tempo, lermos a mente dos demais, levar à perda de determinadas memórias, regenerarmos de nossas doenças e feridas, curarmos os demais, tornarmo-nos invisíveis e, mesmo, prever o futuro.

Poucos reparam neste detalhe, mas o personagem principal não é Peter Petrelli, o enfermeiro que tem que salvar o mundo, através da sua ilimitada capacidade de absorção empática de poderes, nem Sylar o louco aí da foto que quer dominar o mundo, roubando (sabe-se lá como) os dons e talentos desta nova raça de homens.

Hiro Nakamura poderia ser uma boa aposta! Sim, quem conhece a série por vezes nem gosta dele, pois retira um certo grau de seriedade e nos faz rirmos da sua ingenuidade apesar de ser filho do magnata e descendente de um Japão iluminado e tecnocrata. Hiro, viajando do futuro ao presente, do presente ao futuro, e do presente ao passado é o primeiro que nos faz entender que o destino não está traçado, que não há tal coisa como futuro determinado e determinístico. Nenhum de nós é uma pintura de um quadro já pintado por alguma figura superior a nós.

O que a personagem de Isaac Mendez, para mim o principal de todos, nos traz (na primeira temporada) é a reflexão verdadeira sobre o sentido e propósito de nossas vidas, tantas vezes mencionado ao longo da série. Trata-se de um pintor que consegue, como um oráculo, prever o futuro. E, nunca falhou! O interessante é que o que ele prevê acontece sempre, mas, muitas vezes, com ligeira variação. Ele prevê o que irá acontecer antes de alguém voltar atrás e alterar a história e chega mesmo a prever a nova versão da história; mas, mais interessante ainda é que ele prevê uma imagem fixa: não prevê o que acontece antes ou depois daquela imagem. E é isso que nos faz sermos humanos, termos o nosso livre arbítrio, a liberdade de, como diria Frankl, decidirmos o que ser e o que fazer no momento seguinte! A responsabilidade, aquele apêndice esquecido da liberdade!

Se não fosse Mendez não surgiria o debate entre profecia, destino e liberdade. Graças a este simples personagem, jovens admiradores da série, por todo o mundo, podem pensar: será que eu sou fruto de algum destino pré-estabelecido ou sou eu que tomo as minhas decisões? Vezes e vezes sem conta, os vários personagens da série viram-se confrontados com o destino voraz que lhes estava previsto, mas, por decisão pessoal, mostraram-se capazes de contornar o destino da mesma forma que um navio impelido pela força do vento é capaz de se dirigir para onde quiser, ainda que o vento o impila noutra direção.

Este foi um dos meus maiores prazeres ao ver Heroes: pensar no papel do destino na minha Vida e refletir no papel que a minha vida representa no Destino!

Vale a pena!

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7 Comentários:

Anonymous Anónimo disse...

Uns trabalham, para pôr o país a andar, outros vêem séries de TV más, comentam-nas e ainda recebem subsídio de desemprego. Bahá'u'lláh não poderia estar mais orgulhoso dos seus filhos...

16 julho, 2008 19:18  
Blogger Unknown disse...

Eu nunca assisti esse seriado, mas meu marido já e adora.

16 julho, 2008 19:37  
Blogger Marcos disse...

Uns sabem comentar, outros não.
Uns dão a cara e outros não.
Uns têm a inveja velada pelo anonimato, outros não.
Uns trabalham para pôr o país a andar, outros vêem séries de TV más e comentam e ainda recebem subsídio de desemprego - porque já trabalharam para isso! - outros não, porque porventura ainda nem fizeram nada.
Outros comentam o que estes comentam, o que é um sinal de ainda maior mediocridade.

Uns são assim... mas o Sam é diferente e o Heroes é uma boa série!

Bahá'u'lláh já ficaria contente de saber que o Sam tem muito melhor espírito que este anónimo!

16 julho, 2008 20:37  
Blogger Unknown disse...

Sin duda Sam, has sido ejemplar con los analisis que haces. Es una lastima que algunos no notan eso y deciden atacar como forma de mostrar apoyo.
Es una muy buena serie.
Aparte de eso no entiendo por que insultan al escritor de este blog. Sam ha aportado mucho hacia el servicio de la humanidad. Tio lo llevas en la sangre.
Te deseo mucho exito. Sabiendo que vas a llegar lejos con una carrera de mucho exito. Lastima que otros no notan eso.

16 julho, 2008 20:43  
Anonymous Anónimo disse...

Bom, eu já vi alguns episódios da série, mas não cheguei a acompanhar. Embora o tema de super-poderes-mutantes-genética-etc, seja já em si um lugar comum, a série conseguiu abordar esse tema de uma forma original, tentando evitar os excessos hollywoodescos como X-Men e companhia limitada.

E já agora, juntando-me à turba furiosa, podia dizer ao sr. anónimo que, se ele trabalha tanto para o país andar... er... não ficou claro se pra frente ou pra trás... tem que nos explicar como consegue ter tempo para vir debitar o seu lixo privado e ainda por cima com tanta coragem. Vocês não estão curiosos? Eu estou.

16 julho, 2008 21:38  
Anonymous Anónimo disse...

Que interessante! Este texto faz me lembrar dos tempos em que eu andava com o livro 'Algumas perguntas e Respostas' de Abdu’l-Bahá! Tentando desmistificar o papel do destino e do livre arbítrio! Na altura fiquei satisfeita, saciada e passei para a prioridade intelectual seguinte. Mas este tema de tempos em tempos reaparece-me na vida e faz me meditar sobre ele de novo, amadurecendo-me em cada uma das vezes. O Heroes é um bom exemplo, e esta semana foi o Panda do Kung Fu que me despertou novamente: -Mesmo tendo o livre arbítrio, até que ponto as nossas acções fazem com que o nosso destino e o dos outros seja cumprido; se o destino é inalterável, até onde podemos alterar o nsso futuro? Se existe o livre arbítrio, como podemos ter um destino traçado? Se o destino e o livre arbítrio não se impedem um ao outro, será possível alterar uma situação futura das nossas vidas?

16 julho, 2008 22:07  
Anonymous Anónimo disse...

Sam vi só alguns episódios desta série mas já não importa porquê este anónimo fez com que o seu post muda de categoria, da “etiqueta”!!!
Deve por aí, também, “Comportamento Humano” ou algo do género!!!
Sabe, acho que este anónimo sabe bastante da sua vida, é alguém do seu convívio…
É uma lástima... olhamos a nossa volta e vemos muita inveja e covardia e ficamos pasmos, atónitos… a final existe quem mostre a sua verdadeira cara!!!???

17 julho, 2008 10:53  

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