Hoje acordei de madrugada e testaram-me a assertividade...
Então, assim que entendi que o som tinha a sua origem no próprio prédio, lá fui eu, prédio adentro, procurando o responsável. À medida que ia subindo a pé, notei que eu não havia sido o único a acordar, apenas o único a sair de casa. Ouvia-se pessoas reclamando (alto e bom som), comentando com outras pessoas, indo fazer as suas necessidades mais primárias, batendo com sabe-se-lá o que no teto, desejando imitar o gato da foto ao lado, mas ninguém tomando a iniciativa de fazer algo.
Lembrei-me, de imediato, das formações em relações interpessoais que dou e há uma pergunta, de um questionário de Arménio Rego que utilizo que fala mesmo desse tema. A pergunta é "Está em casa, com vontade de dormir. Mas o seu vizinho de cima está a fazer muito barulho. Já não é a primeira vez que isto acontece". E encaminha-nos para três possibilidades de futuro:
- Bater-lhe à porta e dizer-lhe: «Há quase uma hora que estou a tentar dormir, mas não consigo por causa do barulho que o senhor está a fazer. Será que pode baixar o volume do som? Obrigado». [no meu caso seria ao contrário: "estou tentando voltar a dormir e quase tive um ataque cardiáco"]
- Ficava chateado, mas não fazia nada. Pensava para consigo: «Com vizinhos, é melhor não haver conflitos; um dia, com calma, falo-lhe do assunto». [aparentemente, opção de 90% da população do prédio]
- Batia-lhe à porta e dizia-lhes: «Ou o senhor deixa de fazer barulho, ou eu chamo a polícia. Não lhe admito isto». [vontade manifesta das reclamações daqueles mesmos vizinhos]
Eu fui pela primeira. A frase foi bem alterada ao ponto de os meus jovens vizinhos ébrios terem até achado que seria boa ideia ter-me em sua festa privada pelas 6:40 da manhã de domingo. Optei voltar para casa e tentar dormir.
Só voltei a pregar no sono três horas depois...
A música se calou, mas a festa continuou! O barulho não parava e, os vizinhos foram desistindo de dormir... E o barulho do prédio foi aumentando. Pus o leitor de Mp4 no ouvido e pus-me a ouvir Sting cantando música vitoriana. Mas o cérebro já estava totalmente funcional: analisava detalhes nunca antes ouvido de cada música, pensava no que teria que fazer durante o dia e até pôs-se com a ideia de escrever este texto aqui...
Bem, moral da história, tendo em conta o estado alterado de consciência dos meus vizinhos, tendo em conta a minha intensidade de sono e tudo o mais que se pudesse pensar (afinal de contas, é domingo!), consegui fazer aquilo que prego nos meus cursos:
A resistência sem zanga, o saber dizer “não” sem agressividade, a insistência sem o massacre, o pedido que não importuna são habilidades que se conseguem desenvolver ao longo da vida. A essa habilidade dá-se o nome de assertividade.
Comunicar de forma assertiva implica simultaneamente o respeito que se tem por si próprio – ao exprimir os gostos, interesses, desejos e direitos – e o respeito que se tem pelos outros, pelos seus gostos, ideias, necessidades e direitos.
Etiquetas: amizade, Psicologia
4 Comentários:
Não há sindico no teu prédio?
Talvez ele estivesse na festa.
Seja como for é bom ter assertividade ao falar com ele.
Eu me convidava para a festa. Mais sábio e mais simpático...
Esqueceu de assinalar, no seu estilo de tendo em conta, o jogo Portugal-Turquia da "Euro-2008", o qual acabou por volta das 22:00h. e com o resultado 2-0 a favor de Portugal!!!
Imagina tamanho da festança!!!
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