domingo, junho 08, 2008

Hoje acordei de madrugada e testaram-me a assertividade...

Hoje de madrugada acordei com um barulho infernal que parecia estar vindo do meu próprio quarto. Música bem alta, pessoas gritando com ela, mas a questão é que no meu quarto, tirando eu mesmo, não havia viv'alma presente.

Então, assim que entendi que o som tinha a sua origem no próprio prédio, lá fui eu, prédio adentro, procurando o responsável. À medida que ia subindo a pé, notei que eu não havia sido o único a acordar, apenas o único a sair de casa. Ouvia-se pessoas reclamando (alto e bom som), comentando com outras pessoas, indo fazer as suas necessidades mais primárias, batendo com sabe-se-lá o que no teto, desejando imitar o gato da foto ao lado, mas ninguém tomando a iniciativa de fazer algo.

Lembrei-me, de imediato, das formações em relações interpessoais que dou e há uma pergunta, de um questionário de Arménio Rego que utilizo que fala mesmo desse tema. A pergunta é "Está em casa, com vontade de dormir. Mas o seu vizinho de cima está a fazer muito barulho. Já não é a primeira vez que isto acontece". E encaminha-nos para três possibilidades de futuro:
  1. Bater-lhe à porta e dizer-lhe: «Há quase uma hora que estou a tentar dormir, mas não consigo por causa do barulho que o senhor está a fazer. Será que pode baixar o volume do som? Obrigado». [no meu caso seria ao contrário: "estou tentando voltar a dormir e quase tive um ataque cardiáco"]
  2. Ficava chateado, mas não fazia nada. Pensava para consigo: «Com vizinhos, é melhor não haver conflitos; um dia, com calma, falo-lhe do assunto». [aparentemente, opção de 90% da população do prédio]
  3. Batia-lhe à porta e dizia-lhes: «Ou o senhor deixa de fazer barulho, ou eu chamo a polícia. Não lhe admito isto». [vontade manifesta das reclamações daqueles mesmos vizinhos]
Pelo qual optaria? Sinceramente...
Eu fui pela primeira. A frase foi bem alterada ao ponto de os meus jovens vizinhos ébrios terem até achado que seria boa ideia ter-me em sua festa privada pelas 6:40 da manhã de domingo. Optei voltar para casa e tentar dormir.

Só voltei a pregar no sono três horas depois...
A música se calou, mas a festa continuou! O barulho não parava e, os vizinhos foram desistindo de dormir... E o barulho do prédio foi aumentando. Pus o leitor de Mp4 no ouvido e pus-me a ouvir Sting cantando música vitoriana. Mas o cérebro já estava totalmente funcional: analisava detalhes nunca antes ouvido de cada música, pensava no que teria que fazer durante o dia e até pôs-se com a ideia de escrever este texto aqui...

Bem, moral da história, tendo em conta o estado alterado de consciência dos meus vizinhos, tendo em conta a minha intensidade de sono e tudo o mais que se pudesse pensar (afinal de contas, é domingo!), consegui fazer aquilo que prego nos meus cursos:

A resistência sem zanga, o saber dizer “não” sem agressividade, a insistência sem o massacre, o pedido que não importuna são habilidades que se conseguem desenvolver ao longo da vida. A essa habilidade dá-se o nome de assertividade.

Comunicar de forma assertiva implica simultaneamente o respeito que se tem por si próprio – ao exprimir os gostos, interesses, desejos e direitos – e o respeito que se tem pelos outros, pelos seus gostos, ideias, necessidades e direitos.

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4 Comentários:

Blogger Ricardo Rayol disse...

Não há sindico no teu prédio?

08 junho, 2008 19:14  
Anonymous Anónimo disse...

Talvez ele estivesse na festa.
Seja como for é bom ter assertividade ao falar com ele.

08 junho, 2008 23:51  
Blogger @David_Nobrega disse...

Eu me convidava para a festa. Mais sábio e mais simpático...

09 junho, 2008 00:53  
Anonymous Anónimo disse...

Esqueceu de assinalar, no seu estilo de tendo em conta, o jogo Portugal-Turquia da "Euro-2008", o qual acabou por volta das 22:00h. e com o resultado 2-0 a favor de Portugal!!!
Imagina tamanho da festança!!!

09 junho, 2008 09:24  

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