terça-feira, agosto 29, 2006

Nizâmî - Laylí e Majnún

Quem sou eu, tão longe de ti e contudo tão cerca?
Um mendigo que canta. Laylí, me ouves?
Livre do trabalho árduo da vida, minha solidão
Minha pena e minha aflição são para mim felicidade.
E, sedento, na corrente da dor me afogo.
Filho do sol, padeço fome pela noite.
Ainda que separadas, nossas duas almas amantes se unem,
Pois a minha é toda tua e a tua é minha.
Dois enigmas somos para o mundo,
Um responde ao fundo lamento do outro.
Mas, se nossa separação nos divide em dois,
Uma luz radiante nos envolve em comum,
Como procedente de outro mundo.
O que lá é um, aqui está separado.
As almas livremente vagam e se comunicam.
Eu viverei para sempre: o temor mortal, a decadência
E a própria Morte deixaram de exercer seu poder.
Compartindo tua vida por toda a eternidade,
Eu viverei se tu permaneces comigo.

Nizâmî (1140/6-1203/9).
Trad. por Sam, a partir do espanhol de
Jordi Quingles i Fontcubierta (1991).

Etiquetas: , , ,

7 Comentários:

Anonymous Anónimo disse...

"You put me into it
And now you want me to leave
I'll tell you all the reasons
It's a question of love

[Be strong, be weak, beware]
It's because I met you
It's because I'm here
It's because I felt you
It's because I'm near

That's the reason why
you don't have to go
The reason that I adore you
you know

You have nothing to lose",

The gift

01 setembro, 2006 00:04  
Blogger Ana disse...

Lindo...

04 setembro, 2006 14:29  
Blogger Conversa Inútil de Roderick disse...

Obrigado pela visita.
Volta mais vezes.
Farei o mesmo.

06 setembro, 2006 22:37  
Blogger Marco Oliveira disse...

Linkei!

07 setembro, 2006 21:47  
Anonymous Anónimo disse...

Conta-se que “Layla e Majnun”, ou “Leyli e Madjnun” ou como está no titulo deste post "Layli e Majnún", história oriental de amor é baseada numa suposta história real de um homem que ao ver "Layli" caiu em um amor mais apaixonante por ela, e ficou louco quando o pai dela impediu o seu matrimónio; eis a razão pela qual veio a ser chamado "Majnun Layla", literalmente “louco por Layla”.
Ao este amor foi atribuído uma variedade de poemas árabes e na verdade mais tarde do folclórico árabe passou para literatura persa, e o poeta persa, Nezami, escreveu seus famosos poemas deste amor. É uma história do amor de um "Romeu e Julieta" mais velhos.
A história foi fonte de inspiração de muitas obras desde ópera até música moderna e o mais curioso é que em 1970 a história serviu também como a inspiração para o título duma canção do famoso Eric Clapton chamada “Layla”.

08 setembro, 2006 09:51  
Anonymous Anónimo disse...

Amar é deleitar-se no Ser!
Se Laylí e Majnún procedem da mesma Fonte, a sua separação é aparente...

Eleonora

09 setembro, 2006 01:21  
Blogger Carlos Emerson Junior disse...

Elcyd acabou de responder o que eu ia perguntar: sobre Layla do Eric Clapton.
Linda e pungente poesia!

10 setembro, 2006 14:29  

Enviar um comentário

Subscrever Enviar feedback [Atom]

<< Página inicial