sexta-feira, dezembro 28, 2007

Arranje coragem: Venda a vaca!

Lá para os confins do Tibete, perdida no meio do aparente nada, vivia uma família muito pobre. Num casebre decrépito sobreviviam, um homem-pai cansado e triste, uma mulher-mãe vergada pela dureza do dia-a-dia e muitas crianças-filhos, magrinhas, sujas e descalças, sempre doentes e com fome e uma vaca tão magra que mais parecia… não há termos que a definissem!

Um dia igual a tantos outros, passou por ali um monge e o homem apressou-se a cumprimentá-lo numa vontade urgente de mundo e esperança.

- Olá monge! Tu que és tão sábio e corres o Mundo, podes dizer-me o que hei-de eu fazer para melhorar esta minha difícil e triste vida, bem como a da minha família? – perguntou o homem com um suspiro.

O monge olhou para o homem-pai, para a família, para o casebre e depois fitou o horizonte.
- Vende a vaca…! - disse ele.
- A vaca?! Não posso! – lamentou-se incrédulo o homem.
- A vaca é o meu único sustento! Com ela posso arar o campo, quando calha ter forças…, posso fazer manteiga e… o leite! Depois é que fico sem nada! Não posso vender a vaca!!

O monge olhou com doçura para o homem (sem condescendência…) e repetiu:
- Vende a vaca…
E partiu pelo Mundo em direcção ao horizonte.

Passaram cinco anos, acho eu, ou podem ter sido apenas três.
O monge sempre em direção ao horizonte voltou a passar ali perto.
A impermanência da vida faz com que apesar de às vezes a vida parecer circular, na realidade é experienciada de forma diferente e por isso sempre na direção do horizonte.

O homem assim que avistou o monge correu até ele.
- Olá monge! – saudou-o com alegria.

O monge reconheceu então o homem-pai, agora alegre, corado e bem vestido. Olhou e viu uma bela casa, a mulher-mãe contente e tranquila que abraçava os jovens-crianças-filhos que chegavam da escola, numa bela carroça puxada por dois belos cavalos. Viu também os campos lavrados em volta da casa e um trator.
- Fico contente de te ver e à tua família tão bem, felizes e com saúde! Afinal o que é que aconteceu que originou tão grande mudança? – perguntou o monge sábio na serenidade de quem sabe a resposta (sem soberba…).

- Arranjei coragem e vendi a vaca! – riu o homem.

- Depois… como deixei de ter a única medida que afinal de contas só me trazia tristeza… olhei para o horizonte e fui à procura da minha felicidade.

Este foi um texto que li, já não sei aonde, se por email, se num livro, se encontrei nalgum site. Não me lembro! Sei apenas que a história é belíssima.
E, por ela, pergunto-me, será que serei capaz de vender a minha vaca e iniciar um novo ano de felicidade, saúde e prosperidade?
Será que seremos capazes disso?

O texto acabava com a frase:

Vai correr tudo bem, tem que correr. É só precisa coragem para vender a vaca.

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5 Comentários:

Blogger Andréa Motta - Conversa de Português disse...

Passei para deixar o meu desejo de um feliz ano novo!
Um abraço!

29 dezembro, 2007 20:20  
Anonymous Anónimo disse...

Realmente, meu caro SAM, uma bela história!
E aproveito para deixar meus votos de um Feliz 2008, com muita paz, saúde e alegria.
E um grande abraço.

30 dezembro, 2007 22:40  
Blogger Vinicius Cabral disse...

É isso aê, Sam!
(também já tinha lido um texto parecido em algum lugar... só não lembro onde...)

Bom... um feliz 2008 prá ti!

Abraço!

31 dezembro, 2007 01:07  
Blogger Odele Souza disse...

Olá Sam,

Eu já conhecia esta história que é mesmo belíssima e representa bem situações reais, onde pessoas se acomodam e se contentam com muito pouco, quando poderiam - se vendessem a vaca - viver com nais conforto e dignidade.

Neste 31 de Dezembro, deixo aqui meu forte abraço, desejando a você, UM EXCELENTE 2008.

31 dezembro, 2007 13:59  
Anonymous Anónimo disse...

Sim...finalmente li a história :-)
E sei que você vai conseguir...
olhe para o horizonte e vai à procura da sua felicidade.

03 janeiro, 2008 15:41  

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