segunda-feira, junho 11, 2007

Inédito - "Fênix ad eternum" comemora 1 ano!!!

Há um ano atrás, postei um poema persa por mim traduzido, foi o primeiro post neste blog.

Hoje, na esperança de conseguir manter este blog vivo, volto a oferecer, no seu aniversário, um poema que apela à busca da verdade.

De outro persa, Rumi, aqui vai o poema traduzido:


Cruz e cristão, de ponto a ponto sondei;
Ele não estava na cruz.
Fui ao templo de ídolos, à antiga pagoda(1);
Nenhum rastro visível lá.
Fui às montanhas de Herat e Candahar(2);
Olhei: nem na colina, nem no vale.
Com propósito justo, viajei ao cimo do monte Qaf(3);
No lugar, apenas a habitação de ‘Anqa(4).
Dobrei as rédeas e fui à Ka’ba(5);
Não estava na instância do velho ou do jovem.
Perguntei a Ibn Sina(6) por sua posição;
Não estava ao alcance de Ibn Sina.
Viajei pelo cenário das “duas distâncias do arco”;
Não estava na exaltada corte.
E contemplei meu próprio coração;
Aí o vi; noutro lado não estava.
Exceto a pur’alma Shamsi Tabriz(7)
Ninguém mais esteve embriagado e intoxicado e perturbado.


Mowlana Rúmí ou Jalálu’d-Dín-i-Rumí (1207-1273 d.C.) .
Trad. de Sam do inglês de
R. A. Nicholson, Selected Poems.



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(1) Pagoda é um templo encontrado no Extremo Oriente, geralmente uma torre de vários andares, ornamentada e com formato de pirâmide.
(2) Cidades situadas, respectivamente, no oeste e no centro-sul do actual Afeganistão.
(3) Cordilheira que, segundo a tradição da época, circunda ao mundo.
(4) Anqa é a palavra árabe que designa uma ave lendária, que pode ser descrita como um fênix, um grifo, uma águia, ou mesmo esfinge. Simboliza o mais puro de todos os espíritos.
(5) Ka’ba ou Caaba ou Kaaba significa, literalmente, o cubo. Trata-se do santuário de Meca contendo a famosa Pedra Negra, simboliza também o lugar de adoração da Deidade, o que varia conforme a Dispensação Divina.
(6) Ibn Sina – ou, latinizando o seu nome, Avicena – viveu entre os anos 980 e 1037 d.C. e “foi membro da nobreza, era médico, filósofo e diplomata” (cit. in N. Peseshkian, O Mercador e o Papagaio, p. 188). Trata-se de uma das “mais brilhantes mentes na história da civilização” (A Casa Universal de Justiça, 26 de Novembro de 2003).
(7) Shamsi Tabriz – ou, como se encontra nos Textos Bahá'ís, Shams-i-Tabríz – foi “o Sufí que exerceu poderosa influência sobre Jalálu’d-Dín Rúmí, desviando a sua atenção da ciência para o misticismo. Grande parte dos trabalhos de Rúmí são a ele dedicados” (N.T. de Os Sete Vales, pp. 38-9, N. 75).

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