quinta-feira, fevereiro 15, 2007

Chegar a Roma, passar por ela, pensar nela...

Chegando a Roma e passando por ela, a vida de qualquer ser humano pode mudar. Havendo estado anteriormente em Itália, no Norte, choco-me com a diferença e a beleza que Roma ostenta orgulhosamente.

E não me refiro ao orgulho de ser bela, mas àquele orgulho que pode levar uma civilização a um declínio tal que se converte numa das caudas do mundo. Atentemos à história: o que aconteceu à Macedónia de Alexandre (o Grande!!!)?, onde está a Mongólia de Gengis Khan?, onde se perdeu o Egipto de Ramsés?, em que situação atroz se encontra a Pérsia de Cyro, de Xerxes e de Dário?

A arrogância dos senhores do poder leva sempre a uma queda, cuja consequência é a dificuldade em se erguer. Diz-se, na física, que tudo o que sobe tem que descer. Devo discordar! Podemos subir e progredir, piano a piano, podemos andar, caminhar e correr até, e ir lontano. Mas não precisamos de nos considerar os detentores do saber divino e absoluto!

A extrema organização de Milão e o extremo caos de Roma…

A monotonia taciturna da cidade da moda versus a vida rejubilante da capital do Império…

Em Roma, as pessoas são capazes de amar e odiar em simultâneo. Se pisam (literalmente) para entrar num bus, se ofendem para demonstrar raiva, troçam do desconhecido ao mesmo tempo que apreciam o diferente.

A Roma do Império é hoje a Roma perdida, a Roma à busca de si stessa, procurando o seu lugar no mundo. Flutuante entre esquerdas e direitas como quase todas as capitais europeias, Roma simboliza a civilização mundial que não concebe as suas origens num passado que mescla culturas (quanto do cristianismo apostólico romano, por exemplo, não é resultado do zoroastrianismo mitraico?), que se perde num presente de altos diplomatas e sábios ao mesmo tempo que se rebaixa ao papel de cauda europeia, que luta por regressar a ser quem era sem saber quem é…

ROMA, anagrama clarividente de AMOR! ROMA, cidade da Cristandade. ROMA, leito da velha ordem.Quando te despertarás e lutarás por ser a Cidade que outrora fostes?

A cidade que pode sustentar uma ponte a caminho da nova ordem, onde as dicotomias mundanas entre nacionais e estrangeiros, entre independistas nortenhos e nacionalistas sulinos, entre a pobreza e a riqueza, entre o exclusivismo religioso e o ânimo de integração se anulam e os teus cidadãos se converterão nos arautos da nova ordem mundial?


Quando a tua paúra se converterá na força de agir?
Que Sejam atos, e não palavras, vosso adorno, ó doce e saudosa Roma!

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1 Comentários:

Anonymous Anónimo disse...

Sam, muito bem. Tenho essa sensação, Roma é uma das grandes cidades européias que ainda não conheço. Mas vou conhecer, não tenha dúvida.
Abraços.

25 fevereiro, 2007 23:23  

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