Há quinze anos guardando amigos e guardando cidadania...
Amigo é coisa para se guardar
Debaixo de 7 chaves,
Dentro do coração,
assim falava a canção que na América ouvi,
mas quem cantava chorou ao ver o seu amigo partir,
mas quem ficou, no pensamento voou,
o seu canto que o outro lembrou
E quem voou no pensamento ficou,
uma lembrança que o outro cantou.
Amigo é coisa para se guardar
No lado esquerdo do peito, dentro do coração
mesmo que o tempo e a distância digam não,
mesmo esquecendo a canção.
O que importa é ouvir a voz que vem do coração.
Seja o que vier,
venha o que vier
Qualquer dia amigo eu volto pra te encontrar
Qualquer dia amigo, a gente vai se encontrar
Debaixo de 7 chaves,
Dentro do coração,
assim falava a canção que na América ouvi,
mas quem cantava chorou ao ver o seu amigo partir,
mas quem ficou, no pensamento voou,
o seu canto que o outro lembrou
E quem voou no pensamento ficou,
uma lembrança que o outro cantou.
Amigo é coisa para se guardar
No lado esquerdo do peito, dentro do coração
mesmo que o tempo e a distância digam não,
mesmo esquecendo a canção.
O que importa é ouvir a voz que vem do coração.
Seja o que vier,
venha o que vier
Qualquer dia amigo eu volto pra te encontrar
Qualquer dia amigo, a gente vai se encontrar
"Canção da América"
cantado por Os Paralamas do Sucesso
e composto por Milton Nascimento.
cantado por Os Paralamas do Sucesso
e composto por Milton Nascimento.
Faz hoje 15 anos que deixei a América, o continente do "novo mundo" na dúvida sobre o retorno, na saudade estampada no sonho do regresso. Quinze anos que se multiplicam por séculos quando penso nos amigos deixados para trás, na infância perdida, na diversão de ser um cidadão-mirim. Quinze anos divididos em meros segundos investidos na minha adolescência e juventude, no meu presente e na minha profissão.
Se ainda por lá como seria? Cada decisão da vida nos leva à decisão seguinte, numa nova oportunidade de encontrar sentido, de ganhar autonomia, de nos tornarmos mais plenos enquanto seres humano. Não teria os amigos que tenho hoje (teria outros), não trabalharia onde quero trabalhar (noutra profissão poderia estar), talvez até tivesse passado no vestibular há pouco tempo (e não com dois diplomas na mão...). Mas, ainda assim seria eu!
Hoje, apesar das dificuldades que qualquer estrangeiro sente, sinto-me cidadão não de Portugal mas da Europa. Aqui encontrei um continente que se assume como entidade orgânica à procura de sentido, sem saber como crescer, sem saber como integrar tantas diferenças, sem saber como fazer... A Europa de hoje tenta desprender-se daquela Europa que oscila entre o conservadorismo e o excesso de liberalismo: é a Europa da renovação cultural e social; é a Europa da integração; é a Europa da União!
Da Europa absorvo as bases do conhecimento ocidental, da Europa retiro a pluralidade linguística, com a Europa encontro o futuro da unidade na diversidade. Mas também lá, nas Américas encontrei o sonho idealitário do progresso e da expansão, encontrámos a inovação, a capacidade de refletir e criar o novo; lá também temos o pluralismo e o integracionismo funcional e real, e não o teórico e o regulamentado.
Por isso, ao mesmo tempo que me sinto cidadão europeu, sinto-me também cidadão americano (e até, de certa forma cidadão asiático). Aprendemos meia-dúzia de línguas numa vida, passamos por uma dezena de países do mundo, conhecemos pessoas de meia centena de países por ano e, certamente, não somos os mesmos que eramos mediante as decisões anteriores, ou quinze anos antes!
A humanidade caminha, a passos largos (mas também firmes), para aquela posição na qual concerteza, não mais nos vangloriaremos por sermos cidadãos deste ou daquele país, deste ou daquele continente, aceitaremos que cada um de nós exerce o seu papel neste jardim que só é belo por ser multicolorido, neste jardim que é um só país chamado Terra!
Quinze anos depois, obrigado aos meus amigos que me levam a ser um cidadão em plenitude, um cidadão da Terra!
Se ainda por lá como seria? Cada decisão da vida nos leva à decisão seguinte, numa nova oportunidade de encontrar sentido, de ganhar autonomia, de nos tornarmos mais plenos enquanto seres humano. Não teria os amigos que tenho hoje (teria outros), não trabalharia onde quero trabalhar (noutra profissão poderia estar), talvez até tivesse passado no vestibular há pouco tempo (e não com dois diplomas na mão...). Mas, ainda assim seria eu!
Hoje, apesar das dificuldades que qualquer estrangeiro sente, sinto-me cidadão não de Portugal mas da Europa. Aqui encontrei um continente que se assume como entidade orgânica à procura de sentido, sem saber como crescer, sem saber como integrar tantas diferenças, sem saber como fazer... A Europa de hoje tenta desprender-se daquela Europa que oscila entre o conservadorismo e o excesso de liberalismo: é a Europa da renovação cultural e social; é a Europa da integração; é a Europa da União!
Da Europa absorvo as bases do conhecimento ocidental, da Europa retiro a pluralidade linguística, com a Europa encontro o futuro da unidade na diversidade. Mas também lá, nas Américas encontrei o sonho idealitário do progresso e da expansão, encontrámos a inovação, a capacidade de refletir e criar o novo; lá também temos o pluralismo e o integracionismo funcional e real, e não o teórico e o regulamentado.
Por isso, ao mesmo tempo que me sinto cidadão europeu, sinto-me também cidadão americano (e até, de certa forma cidadão asiático). Aprendemos meia-dúzia de línguas numa vida, passamos por uma dezena de países do mundo, conhecemos pessoas de meia centena de países por ano e, certamente, não somos os mesmos que eramos mediante as decisões anteriores, ou quinze anos antes!
A humanidade caminha, a passos largos (mas também firmes), para aquela posição na qual concerteza, não mais nos vangloriaremos por sermos cidadãos deste ou daquele país, deste ou daquele continente, aceitaremos que cada um de nós exerce o seu papel neste jardim que só é belo por ser multicolorido, neste jardim que é um só país chamado Terra!
Quinze anos depois, obrigado aos meus amigos que me levam a ser um cidadão em plenitude, um cidadão da Terra!
Etiquetas: amizade, Milton Nascimento, Música, Poesia, Sabedoria do amor, Unidade Mundial
4 Comentários:
Meu amigo,
Bom seria se fronteiras e posições geográficas fossem somente para nos dar referência e não serem muros de idéias e fatos.
Mas é utópico, eu sei.
Grande abraço
Muros que demarquem o nosso espaço administrativo, mas não os nossos corações.
Fronteiras geográficas num mundo cada vez mais aberto à unidade na diversidade.
Este é o sonho: mas não creio que seja utopia de louco, senão visão de futuro iminente, David.
Delicioso.
Um hino à igualdade e união na diferença.
Cidadania.
Uma palavra, um conceito, um sentimento a fazer despoletar.
A minha amizade e...
Um beijo.
Olá.
Também tenho um blog inspirado em Fénix.
Para além disso, parece-me que temos outras coisas em comum, como o ter vivido na América (Brasil?).
Fiquei a conhecer hoje o seu blog e achei-o muito interessante. Parabéns!
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