A esperança vem de onde menos se poderia esperar...
Mas a verdade é que lhe são atribuídas acusações sem base, resultantes de uma perseguição por suas crenças e práticas religiosas. E, numa tentativa de explicar o inexplicável, um dos “pais” da Revolução Islâmica Iraniana, o Sr. Montazeri, diz “porque os Baha’is não têm um Livro divino, sua fé não foi reconhecida como oficial pela Constituição”. O jornal do estado, o Keyhan, insiste em chamar-nos “seita bahá’í fabricada de ímpios, pervertidos”, e o semi-estatal Fars cita um doutor Rasoul Pour-Ahmad que adverte “se mantém-se silêncio sobre a ilegais, nefasta seita Baha’i, nossas mulheres e nação seriam rapidamente colocados sob as botas de Israel, graças aos Baha’is”, uma vez que, continua ele, os bahá’ís estariam a serviço de espionagem sionista.
As duas falhas dessa última asserção são que:
(1) Fundamenta-se no facto de o Centro Mundial Bahá’í estar na cidade de Haifa (Israel), mas esquecem os seus apologistas que Bahá’u’lláh foi exilado àquela região de Israel pelas monarquias persa e otomana cerca de um século antes de Israel sequer vir a existir, falecendo em 1892 (Israel esteve a comemorar o seu 40º aniversário há alguns dias!).
(2) Se os bahá’ís iranianos não podem aceder ao exército, trabalhar para o estado, ou sequer aceder ao ensino universitário devido às constantes legislações iranianas, de que tipo de espionagem poderiam sequer ser acusados?
Na década de 1950, Sheikh Mahmoud Halabi (próximo a Khomeini) fundou, com comerciantes de bazar e alguns clérigos, a Caridosa Sociedade do Mihdí (Anjoman-e Khayryyehye Hujjatiyyah-ye Mahdaviat). Eles eram contra os comunistas e ateus e a sua missão seria a preparação para a vinda do Prometido "Imám Oculto" do Islã, o Mihdí.
Naturalmente que sustendo-se na ideia de que uma de suas figuras centrais, o Báb, seria o já regressado Mihdí, a Fé Bahá’í foi imediatamente vista como prejudicial à agenda desse movimento. Por isso mesmo, o nome alternativa do movimento dos Hujjatiyyah tornou-se “Sociedade Anti-Bahá'í” (Anjuman-e Zidd-e Baha'iyat). O seu propósito tornou-se um só: erradicação dos bahá’ís.
Aqui vai um excerto de um texto publicado no American Thinker pelo americano-iraniano Amil Imani:
(…) Ahmadinejad é um membro dos Hujjatiyyah. Vê-se como o vassalo pessoal do Mahdi-Messias ou Imám Oculto, com quem fantasia tête-à-têtes frequentemente.
Ahmadinejad, um homem movido pela sua religião, tem seu conselheiro espiritual
Ahmadinejad emerge como completamente são. É completamente previsível, consistente e não mostra nenhuma auto-contradição. Nem sequer pretende que teve um lapso na fala ou desculpa-se por suas declarações ultrajantes. Não é um típico político que pratique a desviante arte de duplo-falar, engano e mudança e posição para adequar sua conveniência imediata.
A Humanidade deve aprender que ignorá-lo por lunático resultará em maior sofrimento, tal como ela fez com Hitler.
Tal atitude teve, como menciona a mensagem do Centro Mundial, o apoio que a imprensa e de outros meios de comunicação em massa têm dado aos crentes oprimidos no Irã, e a advocacia de sua causa por ativistas sociais, e a simpatia manifesta na voz de intelectuais iranianos que evocam sua esperança e gratidão.
Começando a ser comparado ao regime Nazi, e criticado por líderes religiosos, por governos de diversos países, pela União Europeia, pelo Observatório de Direitos Humanos, pela Comissão Internacional de Juristas e pela imprensa internacional, alguns estudiosos iranianos, dentro e fora do país, chegam mesmo a temer que que este possa ser apenas o começo de uma nova e forte campanha contra os bahá’ís e que apenas a voz de livre pensadores fora do país, iranianos e de outras nacionalidades, poderão ascender o nível de debate sobre os bahá’ís e impedir que o genocídio perpetrado há 6 décadas e que o mundo ignorou até que fosse tarde demais possa repetir-se, desta vez, no médio oriente.
E, não se poderia esperar uma guia final senão o pedido expresso aos bahá'ís iranianos de evitarem toda divisão e todo conflito, interagirem com todos com polidez e sinceridade, e engajar com seus compatriotas na discussão de ideias e no intercâmbio de pensamentos em matérias sobre as quais estarão ansiosamente preocupados. Acender em seus corações a flama da esperança, fé e certeza de que o glorioso futuro do Irã e o brilhante destino da humanidade que conhecemos certamente virá em breve. Assim, as vítimas da injustiça se convertem na fonte de esperança para todos.
Etiquetas: Báb, Direitos Humanos, Europa, Irã, Israel, Religião, Unidade Mundial
3 Comentários:
E como ficaram eles?
Olha Sam,creio que possa ter sido atrvés dum comentário seu no blog do ce junior...mas não tenho a certeza...(que encontrei este seu...)
Obrigada por ter estado lá no reclinada...e tbm pelos seus links úteis...aliás vou levar alguns daqui....sou uma terrestre bipolar e interessei-me por uma série de links que vc expôs aqui...bj..:)
Outro dia assisti um programa onde o entrevistado era o Francis Fukuyama, influente pensador estados unidense. Afirmou, então, que o futuro do Irã é como uma democracia e que as mudanças devem ocorrer de sua juventude e das mulheres. Parece-me, ao ler a mensagem, que a Casa Universal de Justiça pede calma e sabedoria pois as transformações ocorrerão com o tempo. Enquanto o tempo não chega é preciso interagir e esclarecer. Quando fazemos isso a esperança surge de forma realmente surpreende.
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