segunda-feira, fevereiro 25, 2008

Uma aula com Viktor Frankl

Viktor Frankl é o fundador da Logoterapia e, o vídeo que se segue, é um de meus favoritos.



A tradução completa, por mim, a partir do original inglês:

Querem fazer muito dinheiro. Na Europa, todo estudante americano
e todo adulto americano é tido como alguém que está aí para fazer muito dinheiro.
Realmente, 16%, 16% desses estudantes
mencionam que o seu principal objectivo e preocupação de vida
é fazer muito dinheiro – e cito-o literalmente:
fazer muito dinheiro.
E sabem a classe de topo, a categoria de topo
categoria, categória, como é que dizem? –
categoria era... – desculpem-me, sei que falo com um maravilhoso
sotaque sem o mínimo inglês.
Sabem qual foi a categoria de topo?
78% destes jovens americanos estavam preocupados,
como se expressaram, com encontrar um sentido e um propósito
para as suas vidas.
Então, é uma visão realista do homem.

E sabem? Não vão acreditar. Cabelo grisalho...
A minha idade... Comecei a ter aulas de aviação.
E sabem o que o meu instrutor de voo me disse?
«Se começarmos aqui e quisermos chegar aqui,
digamos Este, dirigidos para isso e tivermos um vento contrário,
seremos levados, e aterraremos aqui e
teremos fazer aquilo que nós pilotos chamamos crabing (C-R-A-B).
Temos que dirigir-nos a Norte desta base aérea e teremos que voar
naquele sentido, como se nos dirigíssemos àquela direção.
Se nos dirigíssemos para aqui, por cima desta base aérea então,
realmente, aterraríamos aqui. Mas se formos para aqui, aterraremos aqui.»
Isto também se aplica ao homem, eu diria.
Se tomarmos o homem como ele realmente é, fá-lo-emos pior.
Mas se o sobrestimarmos...
É prematuro, o vosso aplauso, e em breve saberão porquê...
se parecermos idealistas e sobrestimarmos, sobrevalorizarmos
o homem e olharmos para ele daqui de cima, sabem o que acontece?
Promoveremos nele aquilo que ele pode realmente ser,
portanto temos que ser idealistas de certa forma.
Então encontraremos a verdade do real realista.
E sabem quem disse isso?
«Se tomarmos o homem como é, fá-lo-emos pior,
mas se tomarmos o homem como ele deveria ser,
fá-lo-emos capaz de tornar-se o que ele pode ser...»
Isso não foi o meu instrutor de voo, não fui eu,
foi Goethe: ele disse isso verbalmente.
E agora irão entender porque num dos meus escritos
disse, certa vez, que esta é uma das maiores máximas
e motes de qualquer actividade psicoterapêutica.
Então, se não reconhecermos a vontade de sentido de um jovem,
a busca de sentido do homem, fá-lo-emos pior,
torna-lo-emos aborrecido, frustramo-lo e ainda
contribuímos continuamente para a sua frustração.
Enquanto que se pressupormos que este homem,
este alegado criminoso ou delinquente juvenil
ou toxicodependente, e por aí em diante, deve ter uma...
como se diz... faísca, sim, faísca de busca de sentido:
vamos reconhecê-lo, vamos pressupô-lo e, então,
iremos extraí-lo dele e fá-lo-emos transformar naquilo
que ele, em princípio, é capaz de se transformar.

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2 Comentários:

Anonymous Anónimo disse...

Gostei muito da frase do Goethe citada no meio do texto. Acho que ele tinha e ainda tem razão.

25 fevereiro, 2008 23:11  
Blogger alexbr82 disse...

Xiii rapaiz isso tá demais mesmo!! de onde vc foi desencantar esse videozinho valioso? Adorei o tom do Viktor e adorei a máxima de Goethe. Resumindo e concluindo, pergunto eu, o homem deve ser optimista para ser um realista? E assim sendo conseguirá atingir o seu quinhão?
Valeu SAM, nota 10 para esse vídeo.

10 março, 2008 20:52  

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