quarta-feira, maio 07, 2008

Capitalismo ou Solidariedade - a opinião sobre as Empresas Farmacéuticas

Li, há algum tempo, um texto extraído 4ª página do Diário El País, que vale a pena ser lido. O texto é da autoria de Pasqual Maragall e de Toni Comín e pode ser lido, por quem quiser, na sua versão íntegra e original espanhol.

Aqui vão alguns extractos que me fazem pensar:

Quem financia a investigação farmacêutica e os seus elevados custos? As multinacionais só investigam se podem recuperar o seu investimento por meio das patentes, isto é, se a investigação lhes resulta minimamente rentável. O que conduz a um dramático paradoxo. Com patentes, os países pobres não têm acesso a determinados medicamentos muito necessários, porque os preços de patente são demasiado caros para eles (é lacerante que a vida de milhares de pessoas dependa de medicamentos que existem, mas que os sistemas de saúde do Sul não podem pagar). Sem patentes, os países pobres tampouco teriam disponíveis os medicamentos necessários, porque sem possibilidade de negócio não haveria novas descobertas farmacêuticas.

Como é sabido, o preço dos genéricos é sensivelmente inferior ao de um medicamento patenteado, o qual permite aos sistemas de saúde dos países do Sul dispor de medicamentos que de outro modo dificilmente estariam a seu alcance. Dito em prata, os genéricos salvam vidas e fazem-no, precisamente, permitindo que actue a lógica da concorrência. As patentes não são mais que um monopólio temporal, sem o qual não se poderia financiar o alto custo da investigação. Quando se fabricam genéricos cessa o monopólio e, em virtude das leis do mercado, os preços caem.

A saúde é um direito. As multinacionais actuam segundo a lógica do benefício. Como equilibrar este conflito de interesses, do qual depende a vida de milhões de doentes do Sul? A investigação, certamente, é cara. Mas segundo a OMS, as multinacionais farmacêuticas são um negócio muito rentável. Segundo o Relatório 2006 da Comissão sobre Saúde Pública, Inovação e Direitos de Propriedade Intelectual da OMS, "entre 1995 e 2002 a indústria farmacêutica foi a mais rentável do Estados Unidos, em termos de benefício líquido médio depois de impostos como percentagem entrada. 2003 decaiu um pouco (...) mas manteve uma margem de rentabilidade de 14%, três vezes superior à média de todas as empresas incluídas aquel ano na lista Fortune 500".

(…)

O resto... amanhã!

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2 Comentários:

Blogger Fábio Mayer disse...

Eu vim aqui comentar seu comentário lá no Cejunior. Você tam absoluta razão, tem gente que defende Collor mas não lembra que ele ficou pessoalmente enlameado até o nariz, além, claro, de seus muitos assessores corruptos.

Já Lula, apesar de seus assessores e de sua pouca disposição em puni-los, mantém-se limpo. Até agora, absolutamente nenhum caso de corrupção mostrou provas contra o presidente.

Se Lula é incompetente, o que dizer então de Collor? Apesar de eu não ser petista e não ter votado em Lula em 2006, tenho que reconhecer que ele tem sido um presidente sensato e tem feito algo pelos mais pobres. Collor foi um presidente maluco que só enriqueceu os mais ricos tirando dos miseráveis.

Enfim, coberta de razão.

Quanto aos genéricos, bem, virou uma máfia, porque já há medicamentos como eles custando mais caro que os originais. Dias atrás, ~sem contar os laboratórios que, para conseguir incentivos fiscais, estão deixando de produzir seus produtos originais e fazendo genéricos de suas proprias criações!

07 maio, 2008 12:26  
Blogger Ricardo Rayol disse...

depende do país eu acho, mas paises pobres tem realmente dificuldades em quebrar patentes relevantes por não ter nada em troca para dar.

07 maio, 2008 17:31  

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