quarta-feira, abril 11, 2007

Mensagem de Júbilo

Há seis anos atrás escrevi este texto, e hoje acho oportuno compartilhá-lo com os demais.

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Desta vez, abordarei um tema um tanto quanto… mórbido e triste: a morte!

Mas não a morte crua e fria que nos aflige, ou a morte associada a massacres e assassínios ou o terror da morte…

Todos sabemos que os seres humanos nascem, crescem e morrem. Trata-se de um ciclo inevitável. E nesta inevitabilidade, que no primeiro dia da minha terceira década de vida, no dia a seguir ao que eu festejava o meu vigésimo aniversário, recebemos um telefonema e uma triste notícia: o meu avô acabara de falecer.

Estranha coincidência…

Enquanto o primeiro desta geração celebrava o seu nascimento, o primeiro da outra geração falecera.

Ele era persa e viveu toda a sua vida no Irão. Viveu a sua vida… e agora é lá que descansa em paz!

Um Sábio, Pensador e Personagem Única, também persa, Mirzá Husayn Ali, posteriormente cognominado de Bahá’u’lláh (“A Glória de Deus”), há cerca de 150 anos afirmara:

Tenho feito da morte a mensageira de teu júbilo.

E sobre este pensamento ainda hoje me debruço.

Bahá'u'lláh foi um revolucionário persa, um Revolucionário Espiritual. Um homem que querendo trazer o amor, a justiça e a bondade foi perseguido por um governo sanguinário que torturou e matou centenas de seus crentes, os conhecidos Bahá'ís.

O único pecado dos bahá'ís é acreditar que o homem e a mulher possuem direitos, deveres e oportunidades iguais, que as diferenças raciais e culturais apenas embelezam o mundo, que as barreiras políticas devem ser abolidas, que a ciência e a religião devem ser como dois pratos de uma balança equilibrada pela lógica e que a religião jamais deveria ser causa de ódio e de guerras.

Mas o mesmo fundamentalismo que dizimou adultos e crianças, bahá'ís, do século passado é o que impede, hoje, os estudos dos jovens bahá'ís do Irão, que não aceita os seus casamentos e que chama os seus filhos de bastardos, é quem impede famílias de se reverem.

O meu avô, assim como eu, é bahá'í. E dificultando ao máximo a saída de bahá'ís do Irão, só foi permitido ao meu avô visitar a sua família fora do Irão uma única vez.

E ainda que só o tenha visto uma vez, e ainda que vivesse longe da maioria de sua família, viveu e morreu feliz, ao lado de sua amada esposa.

Viveu toda a sua vida no Irão e, hoje, descansa em paz no Irão.

E mesmo não tendo podido sair de lá, impedido por um fanatismo irracional, sei, tenho a certeza, que aquele homem, que apenas vi uma vez, há-de acompanhar-me para sempre.

O seu corpo pode ter permanecido no Irão, mas o seu espírito estará sempre em meu coração.

Ó Filho do Supremo!

Tenho feito da morte a mensageira de teu júbilo. Por que te lamentas? A luz, eu fiz para derramar sobre ti deu esplendor. Por que te ocultas diante deste esplendor?

Bahá'u'lláh
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2 Comentários:

Anonymous Anónimo disse...

Parabéns pelo seu aniversário, que seja muito feliz e com muito sucesso por toda sua vida.

12 abril, 2007 09:33  
Blogger Unknown disse...

Saudades de um Amigo num momento de dor que se escondeu, tentando abrigar-se da crueldade de uma doença que, há dez anos atrás levaria à morte a juventude de um menino especial. Hoje é com o sentido da vida e do sofrimento que sei que a vencerá.
Com os parabéns em tempo tardio, porém com a saudade, fica um beijo a um Amigo.

29 abril, 2007 14:12  

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