Outra forma de fazer eleições... as eleições Bahá'ís
Para começar, o processo eleitoral não possui candidaturas, plataformas, campanhas:
Conforme a notícia oficial, numa cerimónia que combina “dignidade espiritual com diversidade global”, bahá’ís de 153 países elegeram os nove membros que constituem a Casa Universal de Justiça. Os delegados desta X Convenção Internacional (que decorre a cada 5 anos, desde 1963, ano de estabelecimento da Casa) são membros das Assembleias Espirituais Nacionais de todo o mundo que, por sua vez, foram eleitos por delegados escolhidos nas raízes locais de seus países o que, pode-se dizer, faz com que todos os bahá’ís adultos do mundo participem virtualmente desta eleição.
As eleições que começaram ontem refletem um processo único que enfatiza qualificações e não promessas, inclusão e não dinheiro e outras barreiras. Com um processo que exclui qualquer intento de partidarização, todas as formas de campanha são evitadas e nenhuma nomeação é feita, o que, os bahá’ís acreditam, acaba por proteger contra a divisão e a facciosidade. Como diria uma das delegadas pelo Canadá: “Como um resultado [disso], não há oportunidade para indivíduos encorajarem outros a votarem neles, quer magnificando suas próprias qualidades ou descobrindo falhas noutros candidatos. Subjacente a todo este processo está a confiança na oração e no esforço dos delegados em se manter informados das atividades da Comunidade Bahá’í mundo afora”.
O processo acaba por ser similar em todas as eleições bahá’ís, pois os seus Textos Sagrados enfatizam que se deve votar em pessoas de devoção abnegada, mente bem-treinada, reconhecida habilidade e experiência madura.
Imagine o que seria ao invés de eleger uma só pessoa para assumir a liderança, eleger um corpo de pessoas com estas virtudes para servir o bem comum? Naturalmente, algum leitor pode pensar que será impossível manejar uma eleição sem partidos, campanhas ou nomeações, mas o que acontece é que o sistema político-partidário acaba, assim, mais que unir, separar aos povos. O que seria se não tivéssemos a dicotomia entre um governo e uma oposição [que por definição “se opõe”], mas, em seu lugar, um conjunto de pessoas unidas a trabalhar pelo bem comum?
[A imagem mostra uma das delegadas votando e as 95 rosas enviadas pelos bahá’ís do Irã, aonde os seus cerca de 300 mil membros enfrentam perseguição e a sua administração foi banida pelo estado]
Etiquetas: Bahá'u'lláh, Lideranças, Religião, Unidade Mundial
5 Comentários:
Fico imaginando o clima de harmonia que deve existir numa eleição de uma Casa Universal de Justiça. Não há perdedores e todos são ganhadores. A diversidade é evidente. Deve ser algo muito lindo.
Parabenizo os bahá'ís de todo o mundo por esse exemplo de civilidade, respeito e amor.
caracas, não entendi xongas.
Lindo, magnifico ...e emocionante!!!
Obrigada pela notícia
Ainda só estamos no início...
Que bom saber do que mostras aqui, Sam! Obrigada.
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