quinta-feira, janeiro 11, 2007

O renascimento do Fênix

O meu amigo Carlos Emerson Jr., um intervencionista convicto, certa vez perguntou-me “o que vão fazer com Fênix quando ela renascer?”.

A pergunta é boa: é pensada e serena, da mesma forma que ele gosta de agir. É também resumida. O único problema é que é difícil explicar o renascimento dum ser que se queima e que renasce a partir das suas próprias cinzas, um ser que é o mesmo que sempre foi – na sua imutabilidade que lhe preserva a identidade – e que a cada renascimento consegue mudar para melhor – na sua elasticidade de organismo vivo que se sabe adaptar às exigências e necessidades da sociedade na qual renasce.

Shoghi Effendi, politólogo por Oxford e Guardião da Fé Bahá'í, afirmou sob o título O Fogo de uma Tribulação Severa algo que se pode aplicar aos cidadãos da doce Feníxia:

Nada a não ser uma provação flamejante, da qual a humanidade emergirá, purificada e preparada, conseguirá implantar aquele senso de responsabilidade que os líderes de uma era recém-nascida deverão erguer sobre seus ombros.

Vivemos todos, sem nos apercebermos, nessa nova era, onde a crise é sucedida por vitória, onde só as coisas são refeitas só depois de estragadas, onde o Fênix só se recria depois de se destruir.

Os valores humanos só renascem quando pisados em todo o lado! A vida só será vivida quando soubermos o que ela é...

A Feníxia se converte assim no local onde os valores da ciência e da religião se convergem e onde os sinais de extremismo de falsas religiosidades ou pseudo-ciências se desvanecem. Os cidadãos de Feníxia vivem num mundo onde tais dicotomias seriam artificiais e onde, mais uma vez, Shoghi Effendi (desta vez em A Idade Áurea…) afirmaria que a postura não seria “eclética na apresentação de sua verdades, nem arrogante na afirmação de seus postulados. Seus ensinamentos gira[ria]m em torno do princípio fundamental de que a verdade religiosa não é absoluta, mas relativa, que a Revelação Divina é progressiva, não final”.

Um fênix, um verdadeiro Fênix, quando renasce de suas cinzas dá o primeiro e derradeiro passo para a compreensão de que as várias visões são “idênticas em seus objetivos, complementares em suas funções, contínuas em seus propósitos, indispensáveis em seu valor para a humanidade”.

Pois esta é a saga de Feníxia: a caminhada na senda da compreensão e do progresso físico, mental e espiritual!

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1 Comentários:

Anonymous Anónimo disse...

Sam, está muito bem respondido, sem dúvida. Compreendendo a saga da Fênix, estaremos a cada momento em melhores condições de prosseguir em nosso próprio renascimento.
Obrigado meu amigo e um grande abraço.

12 janeiro, 2007 21:02  

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