domingo, novembro 30, 2008

Direitos Humanos?

BLOGAGEM COLETIVA PELOS DIREITOS HUMANOS

A Declaração Universal que, em poucos dias, celebrará o seu 60º aniversário prevê que nenhum ser humano será discriminado com base em género sexual, etnia, ideologia, orientação, ou qualquer outro atributo pessoal ou social. A separação entre negros e brancos, nacionais e estrangeiros, homens e mulheres, pobres e ricos, teístas e ateístas, esquerdas e direitas servem como instrumentos que amputam uma parte da humanidade.

Como um corpo único, estamos todos interligados, unidos, conectos seja através de uma força cósmica, um Deus uno, ou um planeta em sofrimento. Somos uma Humanidade que reside num país chamado Terra.

Por isso, este ano, tal como ocorreu no ano passado, bloggers de língua portuguesa são convidados a participar numa campanha de Blogagem Coletiva pelos Direitos Humanos, este ano a campanha será PARA TODOS NÓS! Pois todos nós, juntos fazemos a Humanidade!

Aliás Dignidade e Justiça para todos nós! é o slogan do aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos, pelo que os selos, que em mui breve estarão disponíveis, refletirão esse mesmo espírito.

Por isso, divulgue a campanha. A luta, simbolicamente, começa hoje, novamente, mas não pode terminar! Estamos nesta, unidos, pela dignidade, pela justiça, para todos nós!

Dia 10 de Dezembro, unidos.

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A 19 dias do Aniversário
Ainda o Dia dos Direitos Humanos...
Um Mundo, Uma Vida, e muitas vozes!
Um mundo, Uma Vida

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quinta-feira, novembro 27, 2008

Cinco anos, cinco dias e um amigo a menos

Há cinco anos atrás, um amigo caminhava sobre as ondas perdidas do mar espiritual. Caminhava para o Destino final de todos nós; simplesmente acelerou o passo.

Num carro, com amigas, ia Pedro Pinto, a 22 de Novembro de 2003, finalista de um dos cursos do Departamento de Letras Clássicas e Modernas, amigo prestimoso e querido. Raras são as pessoas que, ao longo da vida, fazem amigos e mais amigos a cada sorriso, a cada olhar, em cada brincadeira. E o Pedro era uma dessas raridades!

Detentor de uma sensibilidade inequívoca, capaz de compreender sutilezas que poucos compreenderiam, ao mesmo tempo que mais ingénuo do que poderia ser, Pedro estará hoje no panteão divino, olhando, do mais alto, os seus amigos que deixou para trás, simplesmente, porque a sua missão é, agora, preparar-nos o caminho. Quando lá chegarmos, a Sara, a Luísa, o Paulo, a Catarina, o Marcos, o Nuno e tantos outros, lá estará ele, com as pipocas, temperadas com as mais belas virtudes, prontas para nos deliciarmos ante os filmes de outras vidas, ante o futuro que caminharemos juntos.

E todos os filmes que não produziu em vida, todos os livros que não leu em vida, e todas as paixões que não teve ou que não aproveitou, e todas as aulas que não deu, e toda a espiritualidade que não transmitiu aos demais estarão a ser vividos, hoje, cinco anos e cinco dias depois, e amanhã e depois de amanhã e eternamente, pois o nosso Pedro não foi mais cedo que nós, simplesmente para não mais voltar. Foi, mais cedo sim, mas para nos servir de anjo de guarda até nós lá chegarmos.

Obrigado por seres uma das estrelas que ilumina a nossa negra noite.
Obrigado por nos continuares a sorrir, ainda que não mais estejas entre os vivos.

De 22 de Novembro até sempre, meu amigo!

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Académica do Algarve de Luto
Sting - Quando os anjos tombam
Mensagem de Júbilo

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sábado, novembro 22, 2008

A 19 dias do Aniversário

Daqui a 19 dias, a Declaração Universal dos Direitos Humanos celebrará o seu 60º Aniversário. Celebrar não é o mesmo que comemorar, por isso mesmo, à semelhança do ano passado, a blogosfera está convidada a erguer a sua voz.

Em breve, haverá mais informações, mas, por hora, considere a contagem decrescente iniciada.

E, como começo, para essa reflexão, o texto do meu querido amigo Washington Araújo, acabado de publicar em seu blog:

«Lutar pelos direitos humanos não deve ser uma opção. Deve ser uma missão, um dever, um imperativo da consciência. Não existe nada mais urgente que promover a dignidade de todos os homens e mulheres do planeta. A interdependência dos povos e nações longe de criar uma aparente fragilidade aponta para um maior engajamento no projeto de uma nova ordem mundial. As comunicações prestam um ótimo serviço aos cidadãos do mundo: ficamos sabendo em que frentes somos chamados a lutar. É inescapável ter uma causa maior que conceda um sentido à vida. Muito há por fazer. Instituições como a ONU, a Anistia Internacional, a America Watch e centenas de outras, não tão vistosas e bem aparelhadas quanto estas, estão a demandar corações e mentes compromissados com o futuro da espécie. Ora, ora, quando compreenderemos que temos todos nós… um destino comum a partilhar?»

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Ainda o Dia dos Direitos Humanos...
A Luta de toda a Humanidade! Obrigado a todos!
Um Mundo, Uma Vida, e muitas vozes!
Contagem decrescente para o dia dos Direitos Humanos
Um Mundo, Uma Vida, Seis selos
Um mundo, Uma Vida

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quarta-feira, novembro 19, 2008

Estarão mesmo fora do jogo?

O artigo XII da Declaração Universal dos Direitos Humanos declara:

Todo ser humano tem direito à liberdade de locomoção e residência dentro das fronteiras de cada Estado.

Ou seja, qualquer ser humano pode circular dentro do seu país em qualquer lugar, sem distinções. O acesso a locais públicos não pode ser barrado, mediante o cumprimento de determinadas condições (ou regras) que estejam estabelecidas. Por exemplo, apresentação de documentação à entrada de um edifício ministerial ou a compra de um ingresso para acessar a um estádio de futebol são motivos válidos. O que não pode ser permitido são discriminações como as citadas no II artigo do mesmo documento:

Todo ser humano tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades estabelecidos nesta Declaração, sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, idioma, religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento, ou qualquer outra condição.

Há dias, tive a oportunidade de ver, na cidade de Portimão, o filme iraniano Offside (Fora de Jogo), um filme que justamente retrata a proibição regulamentada de as mulheres iranianas poderem entrar no estádio de futebol e ver um jogo.

Contudo, para além da excelente diretor, Panahi foi capaz de recriar uma simples realidade no argumento da história: as mulheres, à semelhança de outros grupos marginalizados no Irã, são vítimas mas não se fazem de vítima! Poderiam ficar em casa, submissas a um pseudo-machismo estatal, mas optam por sair e tentar a sua sorte e, muitas vezes, conseguindo, entrar e ver o jogo.
Nalguns casos, e estes são os retratados no filme, elas são apanhadas e os soldados que, apenas cumprem regras, mantém-nas presas na parte de trás do estádio. Mas, mesmo assim, elas não desistem! Argumentam, conversam, dialogam, tentam.

Com um humor pouco ou nada refinado, mas muito bom, o autor demonstra que no Irã o regime de opressão está quase só. As mulheres tentam a sua sorte! Os guardas repetem continuamente que apenas cumprem ordens e dão a entender que até poderão discordar delas. Os jovens no estádio e fora dele ajudam, sempre que houve oportunidade, as mulheres. Apenas alguns poucos se aproveitam da situação para ganhar mais lucros com a questão. A cena que o pai de uma amiga das meninas levanta a mão para esbofetear uma das meninas mas que é impedido pelo soldado de mais alto posto é prova evidente de que, cada vez mais, e por mais que se continue tentando, o inevitável está à vista: a igualdade de género é iminente, seja aonde for, até mesmo numa das mais oprimidas das nações!

Veja o trailer e se for um dos leitores que souber persa, veja o filme. E se for dos que não sabe, então faça um esforço para conseguir obter uma versão legendada (apesar de ela deixar muito a desejar), pois o filme vale mesmo a pena!

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Persépolis 2 (legendado)
O destino dos Heróis
Bahá'ís presos

A Névoa do Fanatismo
Faz como eu escrevo, mas não faças o que eu faço...
Para quando a lua cheia?
A felicidade está nas decisões femininas!!!
Re-Evolução
The Astronaut Farmer
Um passáro chamado Humanidade

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sábado, novembro 15, 2008

O poder dos grupos sociais

Barack Obama ganhou as eleições estadunidenses por uma sucessão de fatores simultâneos. Pertence ao partido ao qual o atual presidente impopular não pertence, o seu oponente não teve o apoio dos grupos mais conservadores que deram vitória ao seu predecessor, não teve outro candidato a retirar-lhe votos como ocorreu com Gore, teve apoio da comunicação social que filtrou as gafes na sua campanha, e até o seu aspecto físico dava-lhe aquilo que prometia ao público: mudança.

Apesar de tudo isso, que qualquer outro candidato poderia ter (Hillary Clinton seria uma candidata mulher e Bill Richardson o primeiro hispano-americano), ele tinha algo a mais: uma rede social (aliás, muitas redes sociais).

Obama possui uma aplicação no facebook e um MyBarackObama, aonde se poderiam criar perfis, grupos de apoio, entradas de blog, campanhas de angariação de fundos e muito mais, como qualquer comunidade virtual. Além disso, criou uma mailinglist personalizada, cujos participantes recebiam, a cada novidade, um email ou uma mensagem escrita personalizada e assinada por Barack.

O NYTimes chegou mesmo a compará-lo com a Enciclopédia Livre, chamando-o de Wiki-Candidato. Foi o verdadeiro candidato do século das tecnologias! Mas não só na propaganda, como na participação baixo-cima. O futuro permitirá olhar para a campanha presidencial e ver a participação espontânea de várias pessoas (famosos e anónimos) em suas próprias iniciativas pessoais. Yochai Benkler, especialista, menciona uma nota interessante: a página de Obama primeiro estabelece uma relação com as pessoas e depois pede o donativo, enquanto que as páginas de Clinton e McCain faziam o contrário.

Permitiu a participação de várias pessoas, a criação dos seus próprios espaços, o desenvolvimento de suas ideias. Deu a mudança através da própria possibilidade de participação coletiva. A tal ponto, aliás, que a Scientific American especula a possibilidade de haver na nova Administração a tomar posse em Janeiro próximo uma espécie de representante junto a redes sociais e ao público em geral, de modo a alcançar as bases, pois sim, apesar de haver participação baixo-cima, as grandes decisões serão cima-baixo, o que me leva a uma pergunta simples:

Como poderá chegar a mudança, se o sistema instituído não é mudado?

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Vencer na derrota
Jornalismo Parcial!

Debate vicepresidencial e outras coisas...

Eleições EUA: o último dos tabus

O país da multiculturalidade e da multipossibilidade
A Liderança Servidora...?! Aonde está ela?
Bahá'u'lláh - O governo vive pelo povo

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quarta-feira, novembro 05, 2008

Vencer na derrota

Ontem, pela madrugada, fui acompanhando resultados parciais das eleições estadunidenses. E hoje, pela amanhã, acordo com os resultados que, ainda que não definitivos, anunciavam Barack Obama como um dos vencedores.

Sim, um dos vencedores. Vencer uma batalha política é, indubitavelmente, uma vitória. Mas o verdadeiro campeão da noite foi John McCain. Senhor de uma história sem igual, McCain, como ele próprio menciona, serviu a sua nação por meio século.

Foi herói de guerra. Prisioneiro por cinco anos e meio (1967) no Vietnam, McCain diz ter entrado na vida política para marcar uma diferença. Candidato a primárias anteriores, perdeu sempre por uma razão: era demasiado light para ser um Republicano dos tempos modernos. Não tinha o apoio do partido de George Bush ou de Richard Nixon. Era capaz de ver para além da distinção partidária: unia-se a Democratas contra decisões do seu próprio partido se necessário. Era, aliás, o Republicano guerreiro, político e diplomata como Abraham Lincoln ou Thomas Jefferson. E não um Republicano perdido!

A sua vitória nas primárias contra Romney, Duncan, ou Huckabee foram prova disso! Até os republicanos querem a mudança! Todos querem a mudança! John McCain seria essa mudança no Partido Republicano que, outrora, lutava pelas igualdades raciais e pela integração das minorias.

E, foi com essa cabeça erguida e com essa comoção que se apresentou aos seus apoiantes após a honrosa derrota. Disse aos ouvidos de quem quis escutar que: “Hoje, fui um candidato ao posto mais alto do país que tanto amo. E nesta noite permaneço-me como servo dela. Essa bênção é suficiente a qualquer um”.

Essa, aliás, é a mais elevada das posições. Declarou apoio ao Presidente Eleito Barack Obama, apesar das vaias de parte do público, e pediu a todos esse apoio. Mais, sabia-o, nas palavras, no olhar, na boca seca que a sua derrota era prenunciada há muito.

Pelos apartidários era visto como Republicano como Bush, pelos Republicanos era visto como demasiado centrista, pelos feministas como apoiante de uma mulher de “débil inteligência” (como a caracterizou hoje o noticiário da TVE). E, as pessoas queriam a mudança. Se tivesse ganhado as primárias há oito ou vinte e quatro anos, talvez a coisa fosse diferente!

O início do seu discurso (como aliás todo o discurso) não foi o discurso de um perdedor, mas o discurso de um campeão. Louvou a “habilidade e perseverança” do seu oponente e vencedor, dizendo que foi capaz de “instar esperança em tantos milhões de americanos que acreditavam ter pouca influência na eleição de um presidente americano”, e defendeu a honra que foi, para si, participar de “uma eleição histórica”:

A América, hoje, está a um mundo de distância do fanatismo cruel e apavorante de outros tempos.

Quando se ganha, é fácil ter um discurso de vencedor. Mas quando se perde (com apenas 8 milhões de votos de diferença, muito menos do que muitos pensavam), faz-se um desafio vencer a derrota, digerindo-a com rara e fina elegância.

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Eleições EUA: o último dos tabus
Outra forma de fazer eleições... as eleições Bahá'ís
O país da multiculturalidade e da multipossibilidade
A Liderança Servidora...?! Aonde está ela?

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sábado, novembro 01, 2008

Persépolis 2 (legendado)